Empresas CMPC elevam suas metas de mitigação climática

03 de Setembro, 2019

Em Nova York, no dia 17 de julho, o gerente geral da CMPC, Francisco Ruiz-Tagle, discursou no fórum das Nações Unidas para a Agenda 2030 com foco no  Desenvolvimento Sustentável e seus 17 objetivos. O principal executivo da empresa do grupo Matte falou em nome de 11 empresas florestais que participam do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), uma organização global que reúne os CEOs de mais de 200 empresas que trabalham para adotar ações de sustentabilidade.

Na ocasião, Ruiz-Tagle apresentaou o roteiro estabelecido por esse grupo de empresas – incluindo grandes empresas como Stora Enso e International Paper – e que inclui ações concretas, vinculadas aos seis objetivos da agenda definidas como prioritárias, entre eles a proposta de limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C.

“Adotamos formalmente esses objetivos”, diz Ruiz-Tagle um mês e meio após a apresentação. Ele acrescentou que esse plano implica que, em um período que não deve exceder os próximos dez anos, até 2030, a empresa transformará os processos industriais de suas 47 plantas em oito países.

“A consecução desses objetivos até 2030 parece um termo prudente. É um desafio importante que exigirá investimentos e mudanças para alinhá-los com o objetivo de combater às mudanças climáticas”, diz o executivo – em entrevista ao jornal El Mercúrio – e detalha que reduzirão as emissões de gases em 50% até 2030, com foco nas operações de celulose no Chile e no Brasil, que são as maiores. Além disso, planeja reduzir o consumo de água em 25% em seus processos para 2025 e, no mesmo ano, eliminar completamente os resíduos (lodo do processo de celulose e cinzas) que atualmente depositam em aterros, algo que eles já realizam no Brasil.

Para atingir esse objetivo, a empresa substituirá os combustíveis fósseis por biomassa, hidrogênio ou biogás nos próximos cinco anos; eletrificará os equipamentos e máquinas; introduzirá melhorias e substituirá processos para torná-los mais eficientes; renegociará os contratos de compra de energia para serem 100% renováveis; aumentará a recirculação da água em seus processos, que aumentará o índice já desenvolvido pela empresa em 90% da água que utilizam; incorporarão os resíduos dos seus processos na economia circular fabricando produtos para construção, fertilizantes e até polímeros.

Paralelamente, o plano da CMPC inclui o aumento da área de florestas destinadas à conservação e restauração em 100.000 hectares. Isso implica, diz Ruiz-Tagle, que atingirão 400 mil hectares, uma extensão equivalente a todas as plantações que possuem no Chile, e esclarece que isso não implicará na redução de ativos produtivos.

“Em março próximo, a empresa fará cem anos e estamos preparando-a para ter uma operação sustentável pelos próximos cem anos, o que significa ambiente, viabilidade econômica e licença social. Para isso, precisamos justificar as mudanças que fazemos e que são virtuosas,  por isso todos esses planos de sustentabilidade serão uma parte importante da definição estratégica da CMPC e, portanto, de seus investimentos ”, diz Ruiz-Tagle. Ele acrescentou que o impacto da guerra comercial sobre o número de empresas, que em junho reduziu seu lucro em 50% principalmente devido à queda no preço da celulose, não alterará essa decisão, uma vez que a empresa responde a uma visão de negócio de longo prazo.

Mais detalhes no seguinte artigo de El Mercúrio

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