“O compromisso com a mudança climática é fundamental porque as empresas têm uma responsabilidade muito relevante com a sociedade”

“As alterações climáticas são algo muito importante para as pessoas que trabalham na empresa”, comentou o gerente geral das Empresas CMPC, Francisco Ruiz-Tagle, quem salientou que as empresas têm de assumir o desafio de neutralizar este impacto negativo no planeta.

O executivo, que participou da reunião “Chapter Zero Chile: abordando a mudança climática no nível de diretoria”, organizada pelo Instituto de Diretores do Chile, a Bolsa de Valores de Santiago e a EY-, ressaltou que “o compromisso com a mudança climática é fundamental porque as empresas têm uma responsabilidade muito relevante com a sociedade”.

A razão, explicou, pela qual é tão importante que as empresas se comprometam com medidas que ajudem a mitigar essas transformações é que “as mudanças climáticas vão impactar a pobreza, a seca e as oportunidades” para todas as pessoas.

O painel em que Ruiz-Tagle participou abordou o tema “Governança climática: desafios e oportunidades por setor”, durante o qual comentou que as mudanças climáticas estão na agenda não só dos países, mas também dos conselhos das principais empresas, que se adaptaram e promoveram novas e melhores ações para combatê-las. 

No caso das Empresas CMPC, acrescentou, as metas e objetivos climáticos tornaram-se um compromisso de grande escala que vem sendo incorporado em todas as instâncias da empresa. 

“No conselho de administração da empresa estamos a rever nas sessões mensais a evolução das metas ambientais que definimos. Também criamos um Comitê de Sustentabilidade para monitorar e revisar essas metas. Esse comitê é formado por membros do conselho de administração, o gerente de sustentabilidade, o gerente de assuntos corporativos, o gerente de meio ambiente e alguns executivos seniores da empresa”, descreveu o executivo.

Em 2019, a CMPC anunciou metas ambientais específicas para contribuir com a mitigação das mudanças climáticas. Elas são:

  • a redução de 50% em suas emissões absolutas de gases de efeito estufa (escopos 1 + 2) até 2030, tomando as emissões de 2018 como linha de base;
  • a redução de 25% no uso de água industrial por tonelada produzida até 2025, considerando o consumo de 2018 como linha de base;
  • ser uma empresa de zero resíduos industriais para descarte final em um prazo não superior a 6 anos;
  • a conservação e restauração de 100.000 hectares até 2030, que se somarão aos 325.000 hectares de conservação e proteção que a empresa já possui no Chile, Argentina e Brasil.

No entanto, Ruiz-Tagle alertou que não basta apenas com o comprometimento e consequente cumprimento de metas, mas também uma mudança na forma em que esses compromissos são medidos, uma vez que as empresas precisam demonstrar e adequar os objetivos traçados.

Nesse sentido, garantiu que “a questão da medição e dos padrões não pode ser específica do Chile, meu setor ou empresa. Isso significa seguir as convenções globais de medição. Isso vai no sentido de transparência e que marca um caminho no papel das mudanças climáticas”.

Finalmente, ele insistiu que “as mudanças climáticas são algo muito importante para as pessoas e para todos nós que trabalhamos na empresa. Acredito que se querermos ter bons profissionais e trabalhadores no futuro, teremos de ser uma empresa preocupada, e as pessoas estão muito interessadas em estar em um lugar que funcione para a sociedade”.

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