Fábricas de Sonhos

Antes era uma fábrica de barcos. Depois, um moinho. Mais tarde, uma peixaria. E inclusive sede de bailão. Mas desde meados de 2014, o casarão localizado na rua Júlio de Castilhos no 1120, em Guaíba, no estado do Rio Grande do Sul, é uma fábrica de música. Na verdade, uma fábrica de gaiteiros.

A gaita, como o acordeon é conhecido no sul do Brasil, faz parte da história cultural da região e é quase um órgão vital para os gaúchos.

Faz 30 anos que um deles, Renato Borghetti, deleitava com seu talento quem tivesse a sorte de escutá-lo, quando percebeu que sua paixão poderia desaparecer. Estavam aparecendo cada vez menos gaiteiros, e as gaitas estavam cada vez mais caras.

Borghetti e a CMPC, através da empresa Celulose Riograndense, harmonizaram seus objetivos e apostaram na composição de uma partitura desafiadora.

Com madeira certificada de eucalipto, começaram a ser produzidas dezenas de gaitas, prontas para serem tocadas pelos gaiteiros que a fábrica da rua Júlio de Castilhos estava produzindo.

Havia um requisito: os intérpretes tinham que ser crianças e adolescentes (entre 7 e 15 anos), para garantir que a tradição perduraria.

Hoje, dezenas de alunos já passaram pela fábrica que, como diz Borghetti, não é uma fábrica de gaitas, mas sim de gaiteiros.

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