Primeiro Fórum REP do Chile: Biopackaging da CMPC apresentada como empresa referência em recipientes e embalagens sustentáveis

Com o lema “um ponto de encontro da reciclagem e da economia circular”, ocorreu o Fórum REP Chile 2023 na Região Metropolitana de Santiago. O encontro que reuniu expositores internacionais, autoridades e altos executivos, teve como objetivo gerar sinergia transversal para uma boa implementação da Lei de Reciclagem e Responsabilidade Estendida do Produtor (REP).

Felipe Morales, gerente de Inovação da CMPC Biopackaging Corrugados, participou em uma das mesas-redondas, na qual expôs os avanços e futuras inovações da empresa em matéria de embalagens ecofriendly.

A Lei de Responsabilidade Estendida do Produtor (Lei REP) foi promulgada em 2016, com o objetivo de responsabilizar os produtores pela gestão dos resíduos derivados da comercialização de produtos considerados prioritários no mercado nacional. Entretanto, foi somente em janeiro deste ano que a lei começou a ser implementada, com o decreto de metas de coleta e valorização de pneus como um produto prioritário. Na mesma linha, em outubro, um novo decreto foi somado com relação às metas para recipientes e embalagens.

Nesse cenário é que foi realizado o primeiro Fórum REP Chile 2023, encontro organizado pelo projeto editorial País Circular para “gerar sinergia entre todos os setores para uma boa implementação da Lei REP”. Assim, o encontro de três dias, no qual foram realizadas 10 mesas-redondas, reuniu mais de 50 expositores do setor público, privado, sociedade civil e setor acadêmico, contando com a presença do consultor internacional REP, ex-CEO de Ecoembes (ONG encarregada da reciclagem e design ecológico de recipientes domésticos leves na Espanha) e ex-presidente EXPRA (Aliança de Responsabilidade Estendida do Produtor que reúne 32 organizações de recuperação e reciclagem de recipientes e seus resíduos de 30 países),  Óscar Martín, que contou sobre os 30 anos de implementação desta medida na Europa.

Entre os presentes também esteve Erika León, gerente comercial da Sorepa, filial das Empresas CMPC que se encarrega da recuperação, manejo e disposição de papel e papelão desde 1979. A executiva, com três décadas de experiência dentro da companhia, comentou que “a economia da CMPC deixou de ser linear há um bom tempo. Levamos mais de 40 anos operando com economia circular, com a recuperação de papel e papelão para fabricar novas embalagens. Sentimos que estamos muito bem preparados para enfrentar a Lei REP, porque consideramos que estamos em vantagem com relação a outros resíduos”. 

“No entanto, esta legislação potencializa a recuperação dos resíduos provenientes dos lares, porque todos esses anos a CMPC estava focada nos resíduos industriais. O lar era algo muito distante ao que podíamos fazer como empresa e é aí onde era necessária uma lei e a atuação do Estado”, acrescentou a gerente comercial da Sorepa. 

Nesse sentido, o gerente de Inovação da CMPC Biopackaging Corrugados, Felipe Morales, que participou da mesa-redonda  “A nova era em recipientes e embalagens: Inovação, reutilização e novos materiais”, afirmou que, desde seu departamento, assumiram essa responsabilidade e continuam inovando nessa matéria. “Nossa cadeia de sustentabilidade para a recuperação do material se baseia em dois mecanismos: o pré-consumo, que são os resíduos e descartes de nossa matéria-prima gerados em nossas fábricas e que recuperamos para incorporar novamente ao processo produtivo e voltar a produzir papel e papelão; e o pós-consumo, que é o que já chegou ao mercado e foi utilizado, e que posteriormente recuperamos para ser reincorporado em nossos processos de biopackaging”, explicou o gerente.

Entre os produtos que já fazem parte do Biopackaging da empresa, encontram-se as Boxboard, caixas de cartolina produzidas com celulose e fibra virgem de pinheiro (Pinus radiata), as quais permitem entregar um produto com uma relação gramagem/rigidez ótima; o papel Sack Kraft, fabricado 100% a partir de fibra virgem obtida de plantações florestais renováveis de Pinus radiata, o que lhe dá alta resistência para produzir embalagens para materiais de construção, alimentos e produtos agrícolas, químicos e minerais; e os produtos ondulados, entre os quais se encontram papéis para ondular, papéis de construção, esquineiros e soluções de embalagem de papelão ondulado e de polpa moldada que se adaptam às características intrínsecas de cada negócio.

Em termos de inovação, Morales indicou que um dos projetos nos quais a CMPC está trabalhando é na recuperação de fibras alternativas para a produção de recipientes. Para isso, junto às áreas de Florestal e de Celulose da empresa, está sendo explorada a forma de reintegrar as fibras provenientes desses departamentos. Além disso, a CMPC Biopackaging está em busca de parcerias e de startups nacionais e internacionais para gerar mecanismos que lhes permitam recuperar fibras de outros processos industriais, como têxteis e agrícolas.

Quanto aos desafios e futuros projetos propostos pela CMPC em linha com a Lei REP, está o desenvolvimento de novos produtos de packaging sustentável e gerar novas linhas de negócio em áreas nas quais ainda não estamos presentes. “Todos os nossos projetos de inovação estão pensados não apenas para continuar produzindo nossas embalagens sustentáveis, mas também para substituir outros tipos de embalagens de uso único com nossos materiais à base de fibras naturais, para assim gerar novas soluções que satisfaçam as demandas do mercado e adequadas às tendências de consumo atual”, explicou o gerente de Inovação da CMPC Biopackaging Corrugados.

Vale destacar que este primeiro Fórum REP abordou de forma integral os alcances da Lei REP mediante mesas-redondas que abrangeram a gestão de resíduos e sua valorização, os sistemas para essa gestão, a indústria têxtil e sua reinvenção, a coleta seletiva e o pré-tratamento dos resíduos, as tendências e novas tecnologias para a gestão e valorização de resíduos, o debate sobre os resíduos tecnológicos e eletrônicos, novas caras e formas do plástico, as oportunidades que se abrem para a indústria automotiva e, no âmbito de governança corporativa, as licitações e livre concorrência no marco da Lei REP.

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