Francisco Ruiz-Tagle pelas consequências dos incêndios: “Estamos em situação de emergência ambiental”

Em entrevista à rádio, o Gerente Geral da CMPC abordou a situação deixada pela catástrofe vivida após os incêndios na zona centro-sul do Chile e explicou o plano de reconstrução e restauração da empresa para responder à emergência.

Em entrevista à Rádio Agricultura, Francisco Ruiz-Tagle, Gerente Geral da CMPC, referiu-se às consequências ambientais causadas pelos incêndios e garantiu que “os danos ecológicos ocorridos são realmente enormes. Eu diria que estamos em uma emergência ambiental e isso está acontecendo porque ficou uma quantidade enorme, milhares de hectares, de encostas, de solo nu queimado, onde hoje não há vegetação, e realmente existe o perigo de aluvião”.

Nesta linha, Ruiz-Tagle explicou o plano de reconstrução e reabilitação que a empresa está implementando na zona, que resumiu em 5 pilares de trabalho. Em primeiro lugar, a criação de corredores biológicos, especificamente um novo corredor de 140 quilômetros de comprimento e 100 metros de largura, que estará localizado na área da cordilheira de Nahuelbuta. “Uma espécie de estrada verde entre essas florestas naturais, que melhora a proteção de várias espécies de flora e fauna. Ele conecta, permite mobilidade e evita o isolamento de espécies”, explicou.

Com relação aos outros pilares do plano, indicou que consistem em novas áreas de convivência de produção através de projetos agro social, anéis de proteção para as áreas mais povoadas, aumento das zonas de proteção de nascentes e cursos d`água, além de mais aceiros e quebras de continuidade nas florestas. Em detalhe, o Gerente Geral da CMPC explicou que serão áreas onde a carga de fogo será reduzida, com menos árvores por hectare plantadas e com uma combinação de plantações de diferentes idades.

Da mesma forma, Francisco Ruiz-Tagle foi enfático ao esclarecer que o plano de reconstrução e recuperação não responde a más práticas da empresa, mas faz parte de uma oportunidade de gerar melhorias com base na experiência e nos avanços do setor. “Temos uma gestão florestal sustentável certificada e super exigente. Temos a certificação FSC, que é um tipo de certificação global, assim como os escandinavos e os americanos são certificados”, explicou.

Sobre a visão que a sociedade tem da indústria, Ruiz-Tagle disse: “Muitas vezes as plantações florestais são demonizadas como se fossem uma fonte de antibiodiversidade, realmente não é o caso” e explicou que desde a década de 1970, quando a indústria florestal no Chile cresceu, estimou-se que havia 14,5 milhões de hectares de floresta nativa, número que é praticamente o mesmo hoje. “Gostaria de esclarecer que a plantação florestal não foi plantada principalmente para substituir a mata nativa, foi plantada em áreas que eram principalmente encostas, áreas erodidas, solos nus. A biodiversidade de uma plantação, que afinal está por trás das críticas à monocultura, comparada com o que havia antes, é muito maior”, concluiu.

Confira a entrevista completa aqui:

https://www.cmpc.com/audio/Entrevista%20Francisco%20Ruiz-Tagle.mpeg

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