Flora de ontem, hoje e do futuro

A CMPC sempre esteve empenhada na recuperação e conservação da flora endémica dos países onde mantém suas bases florestais a fim de salvaguardar muitas das espécies ameaçadas ou extintas da natureza. Pensando nisso, nos viveiros da empresa no Brasil e no Chile foram criados projetos para preservar um total de 57 espécies nativas de ambos  países, assim como também para devolver ás respetivas comunidades aquelas plantas significativas para o desenvolvimento das suas culturas.

No caso do viveiro Carlos Douglas, localizado na cidade de Cabrero no sul do Chile, e que tem uma superfície total de 164,9 hectares, existem dez plantas nativas salvaguardadas. O quelato, a palma, o larício, o michay vermelho, o paposo michay, e o pitao, são algumas delas. Embora, existem mais outras quatro espécies que estão sendo recuperadas e que tem um significado especial para o ecossistema e a cultura chilena.

A primeira delas é o toromiro, arbusto endêmico da Ilha de Páscoa extinto desde 1960. O trabalho de recuperação começou em 2006, quando o Jardim Botânico de Viña del Mar, na região de Valparaiso, entregou á CMPC seis espécimenes de toromiro para serem protegidos e para que a companhia realiza-se estudos sobre eles. Sob esse propósito, a empresa uniu-se à Universidade Católica do Chile, e com os bons resultados da aliança, a CMPC conseguiu assinar um acordo com a Corporação Nacional Florestal (Conaf) para reintegrar a espécie na ilha e devolver assim á cultura Rapa Nui a arvore com a que os seus antepassados confeccionavam arte sacro.

Também é reponsabilidade do viveiro aumentar e proteger a população de ruil e adesmia plantadas em Áreas de Alto Valor de Conservação, onde as árvores são impedidas de desaparecer pela mudança climática ou ações humanas.

No último lugar, a araucária. O 81% dessa planta nativa do sul do Chile, e ligada à cultura Mapuche, tem presentado problemas foliares: os seus galhos estão secos. É por isso que a CMPC assinou um acordo com o Instituto Florestal (Infor) para manter um banco de sementes que ficará no viveiro que permitirá conservar a variabilidade genética da espécie no futuro e logo replantar aproximadamente 30 mil espécimenes em áreas onde possam crescer melhor.

No viveiro Carlos Douglas são produzidas anualmente cerca de 800 mil plantas nativas e ornamentais de diferentes espécies. Para isso, existem diferentes processos e mecanismos tecnológicos de alta qualidade, como estufas com controle ambiental automático, equipamentos mecanizados para o plantio ou uma máquina única no Chile e na América Latina para o transplante de plantas, importada da Holanda e totalmente automática.

Além disso, o subgerente de Produção de Plantas da CMPC, Juan Andrés Celhay, afirmou que no viveiro “não temos plantas transgênicas porque as certificações voluntárias subscritas pela CMPC não permitem o uso de organismos geneticamente modificados nas plantações”.

Já no Brasil, o viveiro Florestal Celulose Riograndense, localizado em Guaíba, estado do Rio Grande do Sul, realizou entre 2017 e o primeiro semestre de 2018, mudas de 47 espécies nativas através da técnica chamada “resgate”.

De acordo com a analista de Manejo Florestal da CMPC Celulose Riograndense, Luciana Esber, a empresa é a pioneira na realização deste procedimento. “Nós somos a única empresa no Brasil a adotar esta técnica que consiste em transplantar mudas de espécies endêmicas encontradas em plantações de eucalipto para o nosso viveiro, para então, tratá-las e cuidá-las até que estejam aptas para retornar ao seu habitat natural”. 

Assim como no Chile, o viveiro brasileiro procura gerar projetos sociais através do seu trabalho. Um deles é a “Fábrica de Gaiteiros”. Com a madeira de eucalipto certificada, se fabricam gaitas, um instrumento similar ao acordeão, que faz parte da cultura musical gaúcha, e que estava pronta a desaparecer pelo alto preço do mercado, mas que foi resgatada graças ao projeto.

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