Escola de Artes e Ofícios Mapuche é inaugurada em Cañete, no sul do Chile

Com a presença das mais altas autoridades da província de Cañete, foi realizada a inauguração da Escola de Artes e Ofícios Mapuche, na região de Biobío no sul do Chile. Um espaço aconchegante que proporcionará treinamento, divulgação cultural e que permitirá a comercialização de produtos com relevância cultural, contribuindo para o fortalecimento da identidade do território.

A governadora provincial de Arauco, María Bélgica Tripailaf, valorizou esta iniciativa que permitirá às mulheres recuperar suas tradições, cultivar a arte e a cultura Mapuche e também apoiar a comercialização dos produtos para “contribuir para o desenvolvimento de empreendimentos locais, vender seus produtos, aprender e ser acompanhado”.

Esta nova infraestrutura é gerada graças a uma colaboração público-privada entre CMPC, Conadi e o Município que beneficiará os artesãos que participam de programas municipais, que trabalham com ñocha (fibra vegetal), lã e madeira, entre outros materiais.

Por sua parte, o prefeito de Cañete, Jorge Radonich, demonstrou imensa satisfação com a iniciativa que irá fortalecer os artesãos da comuna, além de ajudar a preservar as tradições locais a fim de que “possam vender e ensinar. A sabedoria, o talento que eles têm, não está perdido, e espero que seja transmitido de geração em geração e assim implantar um selo de qualidade ao oficio que realizam”.

 

Cultura Mapuche em relevo

 

Este projeto teve um investimento de cerca de 35 milhões de pesos chilenos. Espera-se que beneficie mais de 40 artesãos da comuna que terão acesso a treinamento, consultorias, apoio de marketing e comercialização, além de desenvolvimento sociocultural, acesso a mercados e cadeia de valor e subsídios que incentivam a produção.

 

Ana Paola Hormazábal, diretora regional da Conadi, disse que “os melhores expoentes estão nesta comuna, onde pensamos a necessidade de existir um espaço como este. Para nós, como Conadi, é muito importante apoiar essa iniciativa, especialmente quando se trata de resgatar e valorizar nossa cultura, que é o que estamos fazendo hoje inaugurando esta escola de Artes e Ofícios”.

Sentimento semelhante tem os beneficiários que destacaram o orgulho que tem dessa escola que lhes permitirá aprender e transferir seus conhecimentos para as novas gerações em uma infraestrutura que possui espaço para oficinas e treinamentos, os materiais para aprender as técnicas de artesanato e uma sala de comercialização de produtos.

Juanita Maribur artesã de ñocha, que será relatora na nova escola, se diz feliz com o papel que exercerá, “poderei transmitir a tradição que temos como artesãos àqueles que querem aprender e mantê-la viva, e não apenas isso, além de ser mais uma fonte de renda para nossas famílias”.

Por outro lado, Francisco Reveco, subgerente de Patrimônio da CMPC, afirmou que “Este é um projeto que nasceu há dois anos, queríamos criar um lugar para capacitar os empreendedores e artesãos da comuna, aperfeiçoar suas habilidades e assim acrescentar a ñocha, lã, prataria, outros artesanatos e gerar um maior volume de produção”.

As portas da escola foram abertas no dia 10 de abril, com o início das oficinas de ñocha, tecelagem, nível um e avançado.

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