A cadeia sustentável do carvão de Lumaco Kuyulche

Uma das atividades econômicas mais importantes do distrito de Lumaco é a produção de carvão vegetal, um trabalho desenvolvido há mais de cem anos e realizado principalmente à moda antiga, isto é, em fornos – túneis – cavados na terra. 

Diante desta realidade, 37 famílias da zona criaram en 2018 a Cooperativa Coopcasi (Cooperativa Carbonera y Silvoagropecuaria de Pichipellahuen) com o objetivo de dar um salto na tecnologia para a elaboração do produto, na infraestrutura requisitada, no design de marca e embalagem, bem como a comercialização para além da região da Araucania. 

Com a finalidade de apoiar a cooperativa carvoeira de Pichipellahuen do distrito de Lumaco, a CMPC implementou o projeto Kuyulche (gente do carvão), que deu um forte impulso aos cooperados em sua atividade econômica, fundamental para a renda familiar. Através desta iniciativa, a empresa lhe entregou fornos metálicos transportáveis que podem ser usados em toda época do ano e que permitem uma carbonização entre dois a três dias. Além disso, forneceu dois galpões para armazenamento com maquinaria para selecionar, pesar e embalar; e dois caminhões fechados para transporte e distribuição. Neste projeto, a CMPC também se comprometeu a entregar 50% da matéria-prima, composta de pedaços de pinho e eucalipto que sobram após a colheita de plantações florestais. 

“O projeto fortaleceu a cadeia produtiva do carvão, tornando-o um produto com rastreabilidade”, resumiu Mauricio Parra, chefe de Assuntos Públicos de CMPC Bosques. “Este projeto é fruto de uma parceria territorial entre nossos vizinhos produtores de carvão, o município de Lumaco e a CMPC, que busca mediante a inovação, o empreendimento e critérios de comércio justo, gerar desenvolvimento local valorizando e visibilizando setores tradicionais dos distritos onde temos operações florestais”, acrescentou.

A decisão de se associar sob o guarda-chuva de uma cooperativa, contar com infraestrutura e assessorias foi um conjunto de ações que fizeram este projeto produtivo decolar, assim como o posicionamento e a busca de um nicho de mercado para vender a produção. 

Embora no Chile não exista uma regulação sobre o carvão vegetal, a CMPC enviou amostras deste produto ao Laboratório de Análise Química da Universidade de Concepción para medir sua qualidade. O relatório final sobre sua composição e características concluiu que o carvão de Lumaco é uma mistura de 30% de pinho e 70% de eucalipto, o que permite que seja facilmente aceso e que seu poder calorífico se mantenha. 

O presidente da Cooperativa, Pedro Ortiz, comentou que “a associatividade, o apoio da prefeitura e da CMPC, sem dúvida, foram chave no nosso desenvolvimento. Estamos orgulhosos porque, além de entregar o carvão Kuyulche em nosso território, também estamos em pleno centro de Temuco, no Espaço Fibra Local”, lugar que reúne empreendedores e artesãos das regiões de Maule, Biobío e Araucania.

Ortiz assinalou: “Este ano também alcançamos várias conquistas, já que mensalmente entregamos mil sacolas ao mercado hortifruti de Chillán, na Região de Ñuble; estamos presentes na Grande Concepción graças à confiança da cadeia de açougues Noble Corral e da empresa Kamadi. Enquanto isso, em Cañete, Curanilahue e Los Álamos, o supermercado Porvenir também tem escolhido nosso carvão em suas lojas”.

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